domingo, 31 de julho de 2011

“o mundo e o eu, a luz e o fogo, distinguem-se nitidamente e, apesar disso, nunca se tornam definitivamente alheios um ao outro, porque o fogo é a alma de toda a luz e todo o fogo se veste de luz. Assim não há um único ato da alma que não adquira plena significação e não venha a finalizar nesta dualidade: perfeito no seu sentido e perfeito para os sentidos: perfeito porque o seu agir se destaca dela e porque, tornado autônomo encontra o seu próprio sentido e o traça como que em círculo à sua volta.”

*lukács, 1962, p. 27

sexta-feira, 29 de julho de 2011

o amarelo desenha flores
no horizonte que me atravessa

pra chegar na casa aonde moro

um silêncio é dito nas luzes
da madrugada

- ouço.

terça-feira, 26 de julho de 2011

a cigana, de saias longas,

longas,

me sorri ouro.


arranca da linha
(presa na garganta)
como quem prevê passados
arranca alinha
um voo.

no emaranhado de linhas
a mão existe:
pouso.

sábado, 23 de julho de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

poema para o pedro ler daqui 20 anos -

filho,

os anos, entrados,
vividos
me ensinaram a amar o tempo
e a significar o silêncio.



ps. parabéns, sempre. (e não vou esquecer da chuteira de futebol de salão, sem cravos (flor?), de qualquer cor, menos rosa - (flor?). rs. amo você.

(hoje o pedro faz 12 anos.)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

os olhos adoecem
quando vejo a manhã
pelos cantos da casa.

fecho nos olhos
um aperto
até ouvir um estrondo
com compressas de mel
pra tudo ficar bem.

na língua algo suave
que guardei
qualquer pouso de você.

sábado, 9 de julho de 2011

é tarde
chiado da madrugada
peito aberto.
travo com fogo
duas vestes
nenhuma raiz
(tem tantas verdades ocupando a tarde e o pôr-do-sol)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

na casa o que mais machuca
é o som das paredes
a suspirar.
no choro o que mais preciso
é o fino das paredes
a transpassar

das estradas o que restam
são:
1. o cansaço dos pés;
2. o que esqueci no encanto do sono;
3. a leveza da vida que respira no corpo;
4 e, por fim, aqueles lacinhos feitos de lã, que hoje servem de chaveiro esquecido (junto a chave que você ainda olha, pendurada na sala daquela casa velha,)

sexta-feira, 1 de julho de 2011


tem dia que a gente acorda com o nosso coração inteiro.


(na foto: eu e a isabelli, local: assentamento, milton santos)