sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

à cidade que inventou
das janelas inexistentes
falta ar

- vejo neblina quando
falta ar

ao teu silêncio um espelho pra olhar além.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011


É. Ficou bonita. Eu gostei. E mais, curti a maneira que ela aprovou o “composé”,

é assim que diz?, é Francês? – Paris deve deslumbrar. E aqueles nomes que usam: erudito, culto, para designar pessoas, eruditas e cultas. Em francês deve ficar lindo.

 Bom, voltando ao tema: de fato gostei. Me senti presente. Como árvore. Da raiz ao tronco. Você gosta delas mesmo, né?... Já é a segunda vez que compõem, com elas, o cenário de uma mulher. Mas o melhor disso é que as pessoas vão lá e reclamam as suas partes. Isso é meu, aquilo é  (...) o batom é o mesmo que uso. Já deles me diz que não é fã. Mas óbvio que não joga fora, talvez devesse?

Quer que eu cante pra você?

Não me aperte aí, nas coxas, me machuquei jogando capoeira. Eu já te contei do suicídio? - ah!; eu adoro contar esta história. Foi, foi bem legal. Eu estava deitada no chão, e em volta tinha muito fogo, aí, (tá!, eu sinto prazer em dizer que ele fez isso) ele rasgou o papel com o desenho. E agora que ele fez isso fica tudo mais fácil, até te beijar, porque aparentemente você não é ele. O que me deixa muito mais tranquila,

"ele disse que voltará pra me ver" - e eu não posso esquecer esta história pra poder contá-la ainda melhor, de um jeito bonito, vai que ele queira saber, né!?

Das minhas partes que te vestem – eles; são o que sou mais eu. Minha parte inteira te taparia. Não seria você. E, sim, eu.

 E confesso: a ausência me satisfaz de um jeito indescritível.

Não consigo sentir nada com isso. Nem vaidade; da parte minha que sobra; nem da falta da parte (...) que me ausenta inteira.

 O ar que entra sucumbe pela ausência (...). Falei o óbvio de novo.
Cansada de reclamar o óbvio enquanto as pessoas são

 Mas veja!, o que me intriga é o que não pensou quando fez as suas escolhas (...).

Você não sabe está pela hora da morte um leito psiquiátrico na ala feminina. (graças  à reforma).

- Mas, Ah (...) lembrei: preciso de um batom, se puder, sábado, na visita, me traga um batom, vermelho desta vez.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

de samuel e ana.

o sal seca a pele lembrança do mar
à flor que esmigalhou na minha boca, enquanto a brisa era uma só, sombra dos teus pés


amar não é como tocar o sino
 ou ligar-se ao toque dele repetidas vezes
ao mover os pés com medo
 de que não irá tocar mais;
derreter a crença;
tapar os ouvidos
às muitas vozes sentadas no pátio:


- trazendo os sinos dos seus lugares em hora marcada.


antes. acender o som com os olhos.  do sol, a lágrima. da ardência, o choro.


assim, do sol o que queima a retina.


De Samuel e Ana, a existência. No pátio, em algum caminho, entre as paredes do hospício. por se tocar uma injeção na veia e um sono. Uma tarde enrugada de sono. na pele  um sino que não existe.
Tem terra vermelha caindo sobre uma proteção destas que não precisamos e mesmo assim esculpimos.


quando sinto medo me encolho e durmo. só.
lamento
os olhos perfurados de céu.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

cuide dos seus pés. lave-os com água morna, ervas e flores. (camomila. alecrim. o que tiver e fizer bem aos cheiros). não esqueça - duas gotinhas de arnica.

e baixo, por favor, fale baixo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

joyce k.,

minha amiga não sei quem é que faz falta se eu ou se você. mas as palavras ainda se acumulam por aqui. simétricas. e frias.


com carinho.

dani

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

o barco que fez, de sobras do terreiro,
com meu nome grudado no início
nada novo
ainda me leva rio abaixo

minhas pernas estão alternadas

pra sentir as águas

 horizonte lambe o que existe do rio em mim.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

o texto que me moldura.



quando as violetas cuidam de você
 musgo segura as paredes da casa. Num fazer de tempo. No que consta; imagem, de já não sei mais do que movimenta as mãos.
É tão suave este não entender, Ana.
Puxo algo, um cordão. O esverdeado dos seus olhos está soterrado na minha visão. Nada é belo.
nem o olhar que pede pra alguém desenhar, implora, com os dentes podres, nasce em mim.
as unhas feitas, avermelhadas. o sorriso pela metade.
que me mostra: a sombra de dois que se amam no vão corrosivo da gengiva.

é Samuel e Ana.

Os corpos amortecidos do seu sorriso - Lembram:
as cores das mãos
nas tintas escorrem dedos
do sangue que brotou
o útero
contornos de você.
no espelho de casa
contornos de você



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Meu corpo autista.

Segurou meus punhos com suas mãos

Me re.ensinou a bater palminhas

Tirou um som do movimento repetitivo

Ligeiro.

Musicou uma lembrança.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"Entreguei minha juventude ao sonho de um país justo e democrático" (...)

(Dilma Rousseff . discurso de posse. 01.01.2011)

domingo, 2 de janeiro de 2011

notas sobre meu dia.

minha vó sempre dizia:

quando a esmola é demais o santo atrofia. atrofia?. engane o santo querida. ela dizia. pra que ele te mostre a moeda que você merece.

mas não se esqueça querida. ela dizia. a melhor moeda talvez você não mereça. aliás não mereça nunca uma moeda. jogue todas que tiver a sua volta naquela fonte e deseje. e deseje. de seje.  de seja.
 
césar. desenho, beleza 2.
 
O vento que aqui existe sopra um tempo indolente
e acorda folhas de bênçãos cobertas.
Aqui, neste lugar, onde o tempo parou esperando descobertas, 
As folhas despertas dançam ao sabor do vento insolente

Aqui, o céu azul exala perfumes de filhos amortecidos
E as mulheres sorriem uma saudade, de remédio, desprovida
E dormem uma morte que é vida
E pensam no vento que embala os tempos adormecidos

Se cá estou, muito embora visitante,
É porque onde moro não sopra o vento.
E o céu, que anoitece meninos, engole meu sorriso e alento
E nem o tempo adormece essa saudade gritante
 
(palavras, joyce K.)
dani. desenho.
 
 
Acordamos com som de pássaros
e a vida quando é azul o céu,
é deveras clara e sem enigmas...
Pois então quando nublar
e  o temporal estiver perto,
guardemos nossos sonhos
em belos bauzinhos
de madeira nobre.
Sim, flores do jardim:
Sejamos sempre flores...

Caso o mundo acabasse,
eu saberia o que fazer.
Mas o mundo nunca acaba,
sempre tem alguém para
por sementes de flores na merda.
Não é estranho esse texto.
A vida que irá iniciar agora em janeiro,
É a mesma de sempre.
Somos todos merda e flor... 


(palavras, césar)

Joyce K. beleza.
Aqui o tempo parado abençoa o vento que inexiste. E as folhas dormem.
No aqui o tempo parado abençoou o vento que inexiste. E as folhas dormiram.
Nesta cidade as mulheres sorriem quando morrem.
Quase aqui nesta cidade as mulheres sorriram quando ao morrer olham pro céu e amam. Quando morrem. Vivem. As mulheres.
Olhando o céu e pensando num filho que amanheceu.
Olhando o céu e pensando num filho que amanheceu.
Quase aqui nesta cidade as mulheres sorriram, quando ao morrer.
 Por conta da cidade eu estou no lugar onde nasci.

(palavras, dani.)

sábado, 1 de janeiro de 2011

"bom princípio de ano novo, senhor!!"

de mão estendida
esperando balas coloridas
a menina seguiu de casa em casa
sorrindo.