sexta-feira, 30 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

presa à ideia. ao sentido. seu lugar era a morte porque tão viva.

Contaram aos ouvidos, surdos, por óleo de azeite morno, goela a baixo, jogado pra me livrar do desespero, da dor, causado por uma mariposa, ou um besourinho jade, não sei ao certo. Eu gosto muito de você, infinitamente. A respeito do uso que fez de mim.
:nunca soube - nome, ponte, bilhete, lugar
Por isso falo. Porque calar é saber.
As pessoas daqui de dentro gritam sua história na minha. buscam a si nos outros. que buscam os outros em si. dentro de mim.

O bilhete de amor. Eles se amam através de bilhetes esquecidos em pontes. Indecifráveis. Por isso amor.
Em frases sem pontuação, eles se amam, amor. Em frente ao que não existe: os lugares, as casas, os corpos, a pele, a margem. O dia e a noite, não existem?, sol maior. É um amor através de outros, outros, doutros.

noutros, vôos, vão.

E não vai embalado em vidro e mar,

mas em ventos. Dissolvem o papel e o pó passa, todos ouvem. O amor deles é assim.
Feito de pó-papel-vento espalhados por aí, em gentes.


No entanto quase certo que leio isso. Pares de opostos, amor. Complementos. Isso me parece alguma teoria prendedora, porque prende um outro. E acordar todo dia com a certeza que era eu, me destruía.

E era assim, lia, os amores,

fazia movimentos com os dedos. E eles se ligavam eternos. Porque complemento.

tudo tão esgarçado. e eu não li as últimas teorias da moda

Um dia riram de mim, nunca mais fiz
-

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tem pedras no olhar, preciosas. E uma mulher que conta os grãos de areia. Um a um. Aquele de brilho transparente, aquele opaco, e tantos aqueles, que não lembro o nome. Tem tempo que escorre areia, mas não vejo. Durmo. Ela conta os grãos, lúcida. Enquanto isso você derrete o mar. E chora sal.

Fio margem desenha na minha frente um zonzear de idéias.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

o que há, vaidade

nuvens

placas tectônicas


movimento -

borboleta.


música, anima de novo

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Você me deixa mais bonita
de manhã no ensaio do teatro disse, num exercício:
Posso ser feliz hoje, gente?

Fiquei com a Laura no colo um tempão. Tantos receios. E olhando pra ela e o mundo este lugar...

O pedro ontem foi à livraria comigo. Entrou. foi direto ao livro procurado, na estante, na prateleira, no lugar. levei um susto.

Filho, cê sabia onde tava o livro?
A mamãe não entendeu.
Ele sorriu – e disse: eu sonhei mãe, eu sonhei

Ontem 2 curtas e 3 longas. Festival de cinema aqui no meu quintal. Amei o documentário e a história do rádio. E o filme de amor com final feliz – “Malu e a bicicleta” –

E sem som...
um som
Vou coreografar um poema
é um projeto secreto

terça-feira, 20 de julho de 2010

hoje, onze anos

como eu nasci?

numa cidade em minas chovia muito era 12 de outubro uma rede enorme na varanda muita saudade um amor sem violão

uma noite estrelas grávidas

um tempo bom, um choro

escolhas

um médico recitando poesia com o teu nome e uma parteira rezando o pai nosso

e eu te tendo

perguntei: ele não vai chorar?

você chorou




eu falei - a voz

parou teu choro


você me ama, mãe?

(...)

a tua voz para meu choro, amor

segunda-feira, 19 de julho de 2010

porque todo fim merece uma boa prosa

ela- sabe q é sempre assim p compensar..
ele - fica chata qdo fica feliz?
ela - um dia triste outro felkiz
ele - aahhhhhhhh
um pouco exagerada..
ela- eu só do tipo q pulo no colo.........................kkkkkkkkkkkkk
sabe alegre demais
triste demais aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaffff
devia ter nascido japoensa..
ele - rsrsr
ela - lé da onde vim, da casa dos meus pais só tem japa, ave maria...
ele - hausahsuah
tu japa
tu gosta de sushi?
hehee
ela - minha comida preferida..rs
é pq tem aquele mito: do equilibriuo..
ele - eco
ela - eu sou mto tudo ou nada acho q vou morrer cedo de exagero..
ele - nao se morre de exagero
ela - rs, sei não,
ele - hehhehhee
coitado do fulano! q houve? morreu ... de q? de exagero...
rs..
ela - a sicrana q deu a dose errada praele..
ele - hehehe

sábado, 17 de julho de 2010




Sábado era dia de procurar casamento, quando menina, me ajuntava com outra e saía em busca do casório mais próximo. O convite não importava. O melhor era a festa que em geral não participava. Era mais ou menos assim – trocávamos a melhor roupa, meu vestido azul de bolinha branca, quase curto, e a minha amiga de vermelho.
Sempre igual todo sábado.
Acompanhávamos a festa de longe, na calçada do outro lado, no muro mais alto, que subia fácil. De vestido mostrava a calcinha. Minha mãe ficava louca procurando pela cidade.

O melhor era quando a festa era no sítio, nossa!, todo sábado alguém casava,
Ficávamos escondidas olhando o vestido da noite. Da noiva. Um dia eu caí, escondendo do dono da festa, bati o peito no chão. Doeu.
.
.
.
musiquinha da adriana calcanhotto.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Noite

nunca mais me achei no meio das tintas, aquarela
Derretendo na água
certa de queimar no ar
depois de analisar a fita
enfeitar o presente
memorizar os traços do teu sorriso
foram noites
e noites
e noites
e noites
acompanhada de medo
meu sonho
meu sonho
pesadelo, teu
você rasgando o papel
e minha carne sentindo
cada movimento contrário
ao amor

quarta-feira, 14 de julho de 2010

(i)

Você (I)quase
(prefiro não dizer, tem coisas que não cabem na minha boca)
fio de luz -

o que não sei definir ainda insisto em chamar de...

Na noite anterior me engolindo. entre dentes
E me perguntaram “qual a matéria-prima dos versos?” “você ama?”
Palavras, palavras-primas. Exprimas. prismas
Eu triste de abortar a carne, minha. Você inteiro dentro de mim. Nada existe sem um grão...
E toda aquela cor-lilás.

Uma carta, um convite, um preste atenção: há realidade, precisamos olhá-la. Não faz mal a ninguém

Mulher sem cabeça
Ferragens
Sonhos arrancados
Dor
Sentir-se parte em corpo inteiro
ser inteiro
e não passar de parte

E você nada dentro de mim. Não sei do que chamar aquilo, quase religioso
Um altar de aquarelas no olhar – quase deus.
Tem uma corda amarrada no pescoço, choro

(ii)
penso, releio. e você (II) preocupado em catalogar. em dizer: "cala-te os dedos".

refaz caminhos. se diz outro de outro lugar - para me perguntar coisas que seu ego, frágil ego, necessita. canta texto que diz são meus plágios.

aponta teu dedo e diz que eu não te entendo.

tem tanto que não sei explicar - nem quero. deixa eu te contar

quanto se está só sem nada. nem ilusão, nem sonhos, nem corpo jovem e bonito. nem espelhos. OS monstros passam pelas paredes e se transformam em pó

no breu do céu fazendo um desenho belo

com música

minha mão que me oferecia flores quando andava sem porquê

e me punha pra dormir - virando minha cabeça de lado com afeto
me chamando de amor.
quando vejo alguém aflito por saber, excesso de informação, busca louca por tudo que é entendimento
e com tantas certezas – egos -=- suas incertezas
lembro de quando aprendi a me chamar de amor.

(ouvir)

terça-feira, 13 de julho de 2010

a música que eu dormi

em quase sonho
me marca
sem pontas

pontuação maciça
nervura
sem sinais

instante antes
sono
a boca engolia a minha
teu olho na pele
gozo
me deixa em tom lilás

segunda-feira, 12 de julho de 2010

esboço da tua pesquisa

Sábado comecei a descrever um lugar
Que me lembra são Paulo
não terminei
Um lugar
histórias um corredor as escadas os gritos de medo e o terceiro andar de ratos e baratas o elevador e as divisões:
.
Lia
amasias pele parda lei do silêncio
Motivo de crimes, motivação, de ordem pessoal
Não sei por que me lembrei disso agora
do lugar gelado a secretária sempre cor-de-rosa, e o orelhão de onde ligava na hora do almoço pra namorar

Uma lista enorme de pessoas mortas
Um prédio arredondado, parede-sabão degrau largo
Dados de pesquisa amontoados
Um pesquisador-doutor, preocupado com minha saúde-mental, e tudo muito cientificamente político. Sempre gostei de ser chão de fábrica de pesquisa. Mas confesso que quando os inquéritos tinham fotos, eu sentia na página anterior, e então só passava as mãos de olhos fechados.

Na rua cardeal Arcoverde digitei todos os dados, os que colhi, e os da menina, aquela antes de mim, aquela que se suicidou


Recebemos, as duas, agradecimentos no início da tese.

sábado, 10 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Hoje,
Dia
poesia e nascimento.
(que faço promessa – não escrevo mais)
quebro promessa. Descrente.
E você não vem nem com reza brava

Aquele tronco e a seiva que não vejo.

Me destrói.

E lendo livro esperando por Laura, nasce hoje, Laura.
tudo me sobra. tudo no pé da árvore. Tirei a imagem o texto de ontem. Porque não quis misturar a hoje, tão lindo.

Tem pureza. Nos dois mundos.

Por essa
Tantos mundos

Não quero misturar.
O que existe é um excesso de gente. Um excesso de gente. Eu sou um excesso de gente. Pouca.

Meu olho treme e minha cabeça tem uma engrenagem que machuca.
É meu o excesso de gente.

Menina, três anos atravessando a rua.
Cuidado vai se machucar
- quero.

ontem,
noite

Laiba

E na madrugada o poema deitou-se em mim

Corre dele, pureza

Ele voa

Arrebenta o peito

E acordo com vertigem. A sala lua. Gravidade.

Era ela medieval.

Semi-nua.
Insinua
Semi-nua
Sim sinua
Sua

Uma tristeza que não chora
Labial

Unhas empretejadas
Sumo


Vai sonhar o gozo noites a fio
dele. o cheiro de fumo. Noite pálida.



um excesso de gente dentro dela. Fora dela. E tantas palavras. Um frio de palavras. Arrancadas, por serem não-simétricas.

Em alguma métrica metrificada petrificada excesso de gente,


mente

quarta-feira, 7 de julho de 2010

eu estou só
bom estar aqui, poema
a me dar sentidos

labiando-me

eu morta de fome
como teu Deus
com farinha

réstia de nós
futuro

terça-feira, 6 de julho de 2010

sou eu na janela. daí me olha ato reflexo ao meu
entendi
por menor riso o colo teu pra mim – sinto-o
insiste em tocar na tela de madrugada meu útero
quer não existir
.
frio.
minha pele ouve
tua lágrima
melhor esconder-se
vazio

segunda-feira, 5 de julho de 2010

(sem nome, 05-07-10)
aquarela, dani - musiquinha e video

.

.
.
.


(máscaras, 05-07-10)

aquarela, patrícia - musiquinha

domingo, 4 de julho de 2010

farapos

ontem minha cutícula sangrou
tanto que mordi
desfiei lascas de unhas


porque o medo
e nunca o fim

os fios elétricos
partituram o movimento

porque a cidade
nunca você

Esgarço tecidos
Teço nudez
Estrias - vibram música.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

vento morno

Foi até a sacada. Trocou a orquídea de lugar. Puxou a cadeira. Sentou-se. E começou a leitura do dia. Em esquecidas crases o vento do mar ofereceu palavras aos sentidos.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

chega. banho morno. cama.

duas semanas de vigília.

ps:

[ car@s amig@s,

foi revogada a decisão - arbitrária - de fechar as delegacias de atendimento especializado às mulheres em situação de violência na região metropolitana de campinas Os municípios do pólo têxtil seriam as “cobaias” num projeto piloto elaborado pela Secretaria de Segurança pública do ESTADO DE SÃO PAULO

o programa seria colocado em prática hoje - 01/07/10 -]
mulheres são queimadas vivas, ainda,

se enforcam, ontem

círculos. rodas. conversa.
recontam. gritam pelos cotovelos. gritem.

a rua é nossa como as dores.

vitória. entrega. esquecimento.

abraço. quanto te abracei abracei o mundo.

gozei. gozamos, mulheres do jardim dos...